O Brasil registrou em julho de 2025 a criação de 129.775 empregos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número representa uma queda de 32,2% em relação a julho de 2024, quando haviam sido abertas 191.373 vagas, marcando o pior desempenho para o mês desde 2020, durante a pandemia de covid-19.

Desaceleração preocupa economistas

Embora o saldo seja positivo, o resultado ficou abaixo das expectativas. Projeções apontavam para a criação de cerca de 142 mil postos em julho. Além disso, houve desaceleração em relação a junho deste ano, quando o país havia gerado 162.388 vagas formais.

No acumulado de 2025, entre janeiro e julho, foram criados 1,348 milhão de empregos com carteira assinada, uma alta de 2,86% sobre o mesmo período do ano passado. Atualmente, o Brasil possui mais de 48,5 milhões de trabalhadores formais, considerando os setores público e privado.

Salário médio de admissão recua

Outro ponto de alerta foi a queda no salário médio de admissão, que ficou em R$ 2.277,51 em julho, registrando redução de R$ 5,64 em relação a junho. O recuo representa 0,25% no mês e 0,05% em comparação a julho de 2024.

Especialistas apontam que a queda, ainda que pequena, reforça a fragilidade do mercado de trabalho brasileiro, já que evidencia a dificuldade de valorização dos salários em meio a um cenário de geração de empregos mais lenta.

Resultados regionais mostram contrastes

O levantamento do Caged revelou que 25 estados tiveram saldo positivo de empregos formais em julho, com destaque para São Paulo (+42.798 vagas), Mato Grosso (+9.540) e Bahia (+9.436).

Por outro lado, alguns estados registraram retração. O Espírito Santo fechou 2.381 postos de trabalho, o Tocantins perdeu 61 vagas e o Acre criou apenas 112 empregos, mostrando ritmo mais fraco na recuperação regional.

Setores econômicos mantêm criação de vagas

Apesar da desaceleração, todos os cinco grandes setores da economia tiveram desempenho positivo no mês. O setor de serviços liderou a geração de empregos, com 50.159 novos postos, seguido pelo comércio (+27.325), pela indústria (+24.426), pela construção civil (+19.066) e pela agropecuária (+8.795).

O resultado confirma a expansão setorial, mas evidencia uma perda de ritmo significativa na criação de empregos formais, o que acende alerta para os próximos meses.

Se o cenário persistir, analistas avaliam que a recuperação do mercado de trabalho brasileiro pode enfrentar maiores desafios no segundo semestre, exigindo medidas de estímulo para reverter a tendência de desaceleração.

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