Com temperaturas acima dos 40 °C registradas em diversas capitais, o uso de ar-condicionado disparou em 2025. Porém, junto com a alta demanda, cresceu também o número de queixas contra as principais fabricantes. Dados de Procons estaduais e do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) apontam que cinco marcas concentraram a maior parte das reclamações neste ano, com consertos que podem custar até R$ 3,2 mil por unidade.
As marcas mais reclamadas em 2025
Segundo os levantamentos, os aparelhos que mais apresentaram problemas foram:
- Consul – Queixas recorrentes sobre pane no compressor e consumo elevado após poucos meses.
- Electrolux – Falhas na placa eletrônica e custo alto de peças de reposição.
- LG – Relatos de vazamento de gás refrigerante e dificuldade para encontrar assistência credenciada.
- Springer Midea – Problemas de travamento no sistema inverter e instabilidade no resfriamento.
- Samsung – Reclamações de barulho excessivo, desligamento automático e falhas no controle remoto.
Essas cinco marcas somaram milhares de registros em 2025, colocando em alerta tanto consumidores quanto órgãos de fiscalização.
Reparos que pesam no bolso
Além da frequência de defeitos, os custos de reparo assustam consumidores. Entre os principais serviços relatados estão:
- Troca de compressor – de R$ 1,5 mil a R$ 3,2 mil.
- Reposição de placa eletrônica – entre R$ 800 e R$ 1,5 mil.
- Recarga de gás refrigerante – média de R$ 400 a R$ 600.
- Reparo em sistema inverter – de R$ 1,2 mil a R$ 2,8 mil.
Em muitos casos, o valor do conserto chega próximo ao de um novo aparelho, levando consumidores a desistirem da manutenção.
Por que os defeitos aumentaram
Especialistas em climatização apontam quatro fatores principais para a explosão de queixas em 2025:
- Calor recorde – uso intenso acelera o desgaste das peças.
- Instalação inadequada – serviços feitos por profissionais sem certificação comprometem o desempenho.
- Oscilações de energia – picos de tensão danificam placas eletrônicas sensíveis.
- Modelos de baixo custo – aparelhos mais baratos muitas vezes não têm rede de assistência robusta.
Pressão sobre fabricantes
O aumento das reclamações já mobilizou autoridades. O Procon-SP notificou empresas e cobrou melhorias no atendimento, enquanto a ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) alertou para o risco de queda na confiança do consumidor e possíveis prejuízos bilionários em garantias.
Algumas fabricantes, como LG, Samsung e Electrolux, afirmam estar ampliando suas redes de assistência e oferecendo extensão de garantia em modelos premium. No entanto, consumidores ainda relatam dificuldades para acionar o suporte, especialmente em cidades menores.
Como evitar problemas na compra
Para reduzir riscos, especialistas recomendam:
- Conferir a rede de assistência técnica antes da compra.
- Exigir instalação por profissionais certificados.
- Usar estabilizadores ou filtros de linha para proteger contra picos de energia.
- Fazer manutenção preventiva a cada seis meses.
- Guardar nota fiscal e garantia para ter respaldo legal.
O alerta para 2026
O mercado de climatização movimenta mais de R$ 15 bilhões por ano no Brasil e segue em crescimento devido às mudanças climáticas. Porém, o aumento das queixas em 2025 acendeu um sinal vermelho: se não houver investimentos em qualidade e suporte, o ar-condicionado pode deixar de ser símbolo de conforto para se tornar sinônimo de dor de cabeça para milhões de brasileiros.