A rotina de muitos moradores das ilhas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ficou ainda mais difícil após a recente cheia do Guaíba. Um exemplo disso é o aposentado Pedro de Oliveira, que precisou entrar na água gelada carregando sacolas para conseguir chegar em casa no fim da tarde de segunda-feira (23).

Além da água que já cobria parte do caminho, ele ainda enfrentou as baixas temperaturas provocadas pela chegada da primeira onda de frio do inverno no estado. Naquele momento, os termômetros marcavam 10 °C, mas a sensação térmica era de apenas 1 °C, intensificada pelos ventos frios da região.

“Não é fácil a vida”, desabafou Pedro. “Fazer o quê, né? Tem que encarar”, disse, resignado após mais um dia de trabalho na construção civil, atividade com a qual complementa a renda familiar.

Cheia atinge cota de inundação

As chuvas fortes que atingiram o estado na semana anterior elevaram o nível do Guaíba a 2,56 metros na Ilha da Pintada, bem acima da cota de inundação de 2,2 metros. Com o alagamento, muitos moradores passaram a depender de canoas ou caminhar por dentro da água para manter a rotina, um cenário agravado pela falta de alternativas habitacionais imediatas.

Pedro é um dos que aguardam a oportunidade de sair do local por meio do programa Compra Assistida, que oferece moradia a famílias afetadas por desastres climáticos no RS. No entanto, por motivos pessoais, ele ainda não conseguiu viabilizar essa mudança.

Frio deve continuar nos próximos dias

A Defesa Civil de Porto Alegre alertou para uma intensa massa de ar polar, que deve manter as temperaturas baixas até quinta-feira (26). Veja a previsão:

  • Terça-feira (24): tempo firme, mínima de 4 °C e máxima de 11 °C;
  • Quarta-feira (25): sol entre nuvens, com temperaturas entre 4 °C e 14 °C;
  • Quinta-feira (26): possibilidade de chuva fraca, com mínimas de 10 °C e máximas de 14 °C.

Enquanto o frio aperta e o nível da água não recua, os moradores seguem enfrentando as adversidades com coragem, mesmo quando isso significa atravessar ruas alagadas com água até a cintura.

Com informações e foto G1/Porto Alegre oficial

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