A história de amor entre Vicente de Paulo Arantes e Cilma Silva da Boa Viagem Arantes teve início há 67 anos e terminou, de forma tocante, no mesmo dia. Eles morreram na última terça-feira (10), em Patrocínio, no Alto Paranaíba. Ela, aos 90 anos, partiu pela manhã. Ele, aos 97, faleceu horas depois, justamente enquanto o velório da esposa acontecia.
O casal teve dois filhos, noras, netos e um bisneto. As causas das mortes não foram reveladas pela família. O que se sabe é que Vicente não resistiu à despedida. E foi enterrado um dia depois, ao lado de Cilma, no Memorial Jardim dos Ipês.
Vicente de Paulo Arantes era advogado e teve uma trajetória marcante na política local. Foi vereador por cinco mandatos, entre 1962 e 1983, e também ocupou o cargo de secretário de Educação, além de outras funções públicas. Em 2019, foi homenageado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais com a Medalha Desembargador Hélio Costa, reconhecimento por sua contribuição ao judiciário do estado.
A Ordem dos Advogados do Brasil em Patrocínio também prestou homenagem. O presidente da subseção local, Marcelo Oliveira Furtado Ferreira, lembrou de Vicente como um homem honrado e um profissional admirável. “Ele estava lúcido, alegre e muito feliz ao ser homenageado. Que Deus os tenha em paz e conforte os familiares.”
Em respeito à trajetória do ex-vereador, o presidente da Câmara Municipal, Níkolas Elias, decretou luto oficial de três dias.
Nas redes sociais, a comoção foi grande. Comentários se multiplicaram, exaltando o carinho do casal e o legado de Vicente. “O amor deles fez com que fossem juntos! Alma gêmea!”, escreveu uma moradora. Outra relembrou: “Homem de fino trato, educado, cortês e elegante.”
A história do casal mineiro lembrou um caso semelhante nos Estados Unidos. Em 2015, Floyd e Violet Hartwig, que também estavam casados há 67 anos, morreram com cinco horas de diferença. As camas de hospital foram unidas para que dessem as mãos nos últimos momentos. “Eles não queriam ir sem o outro”, contou a filha deles.
Histórias assim mexem com a gente. Mostram que amor, quando é verdadeiro, não tem fim, só se transforma. E, às vezes, decide partir junto.