Em Brasília, centenas de pessoas celebraram a fé e a resistência das religiões de matriz africana no domingo (7), clamando pelo fim da intolerância religiosa. O evento, denominado Caminhos para Exu, reuniu praticantes e simpatizantes em um ato de afirmação e visibilidade.
A escolha da data se deu pela relação do número sete com o orixá Exu, simbolizando a união do mundo espiritual e material. Inspirado na Marcha para Exu, evento consolidado em São Paulo e replicado em outras cidades, o Caminhos para Exu buscou ecoar a luta contra o preconceito religioso.
“Nosso principal objetivo é mostrar que existimos; que estamos vivos”, afirmou a cantora Kika Ribeiro, uma das idealizadoras do evento. A manifestação ocupou um trecho da avenida W3 Sul, entre a Praça das Avós e a Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles, que apoiou o projeto.
Kika Ribeiro destacou o repúdio à intolerância religiosa, defendendo o direito de todos viverem sua fé em respeito mútuo, e mencionou a possibilidade de uma segunda edição do evento ainda este ano, em dezembro.
Marina Mara, coordenadora cultural da Biblioteca Demonstrativa, ressaltou a diversidade do público presente, incluindo adeptos de candomblé, umbanda, quimbanda, ifá e outras expressões de espiritualidade africana, além de simpatizantes atraídos pela musicalidade e pelos instrumentos tradicionais. Ela enfatizou o papel de Exu como comunicador e mensageiro entre o humano e o divino, abrindo caminhos e promovendo a prosperidade.
A yalórisá Francys de Óya, do terreiro Kwe Oya Sogy, em Samambaia, participou para expressar a força e o amor do povo de terreiro, buscando desmistificar concepções negativas e demonstrar a alegria, a saúde e a prosperidade que representam.
Dados recentes indicam um crescimento significativo no número de praticantes de religiões de matriz africana no Brasil. Apesar desse aumento, essas religiões continuam sendo os alvos mais frequentes de atos de intolerância religiosa. Francys concluiu, reforçando o objetivo de desmistificar a imagem do orixá Exu e celebrar sua bondade e beleza. A Biblioteca Demonstrativa prorrogou a exposição Cartas à Tereza, em homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela, até 15 de setembro.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br