Após anos de expectativa, o Brasil foi retirado do Mapa da Fome, segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O marco indica que menos de 2,5% da população brasileira se encontra em estado de subnutrição.

Essa é a segunda vez que o país alcança essa meta, a primeira tendo ocorrido em 2014. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, atribui o retorno da fome a um “desmantelamento dos programas” sociais.

Um representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, destaca a importância da decisão política, articulação intersetorial, disponibilidade financeira e participação social para erradicar a fome. Uma professora de Nutrição da Universidade de Brasília, Anelise Rizzolo, complementa que o país voltou a dialogar com a temática do ponto de vista político e governamental após um período de retrocesso.

Existem três níveis de insegurança alimentar: leve (família garante quantidade e qualidade, mas sem garantia futura), moderado (família reduz quantidade ou qualidade) e grave (falta de comida).

No interior da Bahia, iniciativas excluem agrotóxicos e ultraprocessados, valorizando produtos locais. Em Umburanas, mulheres se uniram para produzir alimentos saudáveis, promovendo roças coletivas, furando poços artesianos e doando alimentos. A presidente da Associação Mulheres do Sertão, Daiana Santana, explica que a união visa agregar valor ao que já era feito na agricultura familiar.

Em Uauá, o agricultor Alcides Peixinho e seu grupo conciliam lavoura com recuperação da Caatinga, utilizando plantas nativas como alimento. Apesar dos avanços, o ministro Wellington Dias estima que 3,6 milhões de brasileiros ainda enfrentam insegurança alimentar grave, sendo uma missão prioritária retirá-los da fome e evitar que retornem a essa condição.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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