O agronegócio brasileiro alcançou um marco histórico em 2025 com a assinatura de um acordo inédito com os Emirados Árabes Unidos que autoriza a exportação de aves vivas. O novo mercado contempla espécies ornamentais e voltadas para programas de conservação em zoológicos e centros de pesquisa, mas não inclui galinhas ou aves destinadas ao abate e à produção de ovos.
Diversificação da pauta exportadora
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a iniciativa faz parte da estratégia de diversificar as exportações brasileiras, gerando oportunidades para criadores especializados em nichos de alto valor agregado.
Com essa abertura, o Brasil já soma 404 novos mercados em 71 países desde 2023, consolidando sua posição como potência no comércio agropecuário global.
Mercado bilionário no Oriente Médio
O segmento de aves vivas movimenta bilhões de dólares anualmente no Oriente Médio, especialmente em áreas de preservação ambiental, criação ornamental e zoológicos.
O acordo abre espaço para criadores brasileiros ampliarem sua renda com espécies exóticas e ornamentais, até então com mercado restrito no País, mas altamente valorizadas no exterior.
Reforço nas relações comerciais Brasil–Emirados
Em 2024, o comércio agropecuário entre Brasil e Emirados Árabes movimentou US$ 3,3 bilhões, com destaque para carnes, café e produtos do setor sucroalcooleiro.
A inclusão das aves vivas fortalece essa parceria e reforça o papel dos Emirados como hub logístico estratégico, facilitando a redistribuição de cargas para outros países do Golfo, Ásia e África.
Benefícios e desafios para os produtores brasileiros
Entre os principais benefícios estão:
- Acesso a um mercado disposto a pagar valores elevados por espécies raras.
- Estímulo à criação de um novo setor agropecuário baseado em ciência, preservação e comércio especializado.
- Geração de oportunidades para criadores de aves ornamentais e de conservação.
Por outro lado, os desafios incluem:
- Cumprimento de rígidos protocolos sanitários e ambientais exigidos pelo mercado árabe.
- Investimentos em logística especializada para garantir transporte seguro e o bem-estar animal durante o deslocamento internacional.
Um passo estratégico para o agro nacional
O acordo representa mais do que um avanço comercial: é a entrada do Brasil em um nicho altamente competitivo e valorizado, que pode movimentar cifras bilionárias nos próximos anos.
Ao ampliar sua pauta de exportações além das commodities tradicionais, o Brasil reforça sua posição como fornecedor global confiável, unindo biodiversidade, ciência e inovação para atender a mercados exigentes como o do Oriente Médio.