O Boca Juniors chegou à última rodada do Grupo C do Mundial de Clubes precisando de um milagre. E como costuma acontecer com quem aposta demais na sorte, deu tudo errado. Precisava golear o Auckland City, torcer por uma ajudinha do Bayern contra o Benfica e, claro, fazer sua parte. Mas os Xeneizes não fizeram nem o mínimo: empataram em 1 a 1 com o time mais fraco do grupo e deram adeus à competição de forma vergonhosa, sem nenhuma vitória.

O jogo, disputado em Nashville, tinha até uma atmosfera de Bombonera, mas o Boca foi o mesmo de sempre quando precisa ser protagonista: travado, previsível e, acima de tudo, improdutivo. Nem a fragilidade do Auckland ajudou. E olha que o time da Nova Zelândia somou seu primeiro ponto justamente nessa despedida.

Logo de cara, quem assustou foi o Auckland, com um chute perigoso no primeiro minuto que obrigou Marchesin a salvar. Depois disso, virou o roteiro padrão: o Boca ocupando o campo de ataque, tentando encontrar espaço onde não tinha e, sem ideias, recorrendo à velha tática de cruzar a bola na área na esperança de Cavani ou Merentiel resolverem.

A pressão era grande, mas o gol saiu num lance de puro acaso. Lautaro Di Lollo cabeceou na trave, e a bola bateu no goleiro Nathan Garrow antes de entrar. Um gol achado, sem construção. Com a vantagem, o Boca até cresceu. Carlos Palacios acertou o travessão num chute de fora, e Merentiel também mandou na trave em mais um cruzamento.

Veio o segundo tempo, e junto com ele o roteiro do drama argentino. O Benfica já vencia o Bayern, o que deixava o Boca eliminado mesmo com a vitória. Mas o castigo completo veio quando Christian Gray, no primeiro escanteio do Auckland no jogo, cabeceou no canto e empatou tudo.

Pra completar o pacote, o jogo ainda teve uma paralisação de quase uma hora por conta de previsão de tempestade. Quando voltou, a motivação do Boca já estava no vestiário. Teve até gol anulado de Merentiel por toque de mão de Zenón, mas nada que mudasse o destino.

O Boca seguiu insistindo com cruzamentos e mais cruzamentos, sempre na base do “vai que dá”. Mas o goleiro Garrow estava em tarde iluminada e segurou tudo, garantindo um empate histórico para o Auckland, que foi embora do Mundial com moral. Já o Boca sai com dois pontos, nenhuma vitória e um futebol que parece estacionado no tempo.

No fim, o resultado foi menos um tropeço e mais um retrato fiel do que o Boca tem sido em campo: um time sem criatividade, que vive mais de camisa do que de futebol. E nem sempre a camisa resolve.

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