A Black Friday, conhecida hoje por descontos agressivos e vendas em massa, nasceu de um episódio caótico que nada tem a ver com o comércio. A data, que neste ano cai em 28 de novembro, começou em meio a um colapso financeiro nos Estados Unidos, no século XIX, e só décadas depois se transformou no maior evento global de consumo.
Do colapso financeiro à criação do termo “Black Friday”
A expressão “Black Friday” surgiu em 1869, quando os investidores Jay Gould e James Fisk tentaram manipular o mercado de ouro na Bolsa de Nova York. O plano desmoronou após uma intervenção do governo americano, provocando uma das primeiras grandes quedas da história do sistema financeiro dos EUA.
Na época, a expressão ganhou tom negativo e ficou associada ao pânico e à ruína econômica.
Renascimento do termo e transformação no varejo americano
Foi só nos anos 1950 que o termo reapareceu, agora nas ruas de Filadélfia, onde policiais usavam “Black Friday” para descrever o caos no trânsito e nas lojas um dia após o feriado de Ação de Graças.
Milhares de consumidores invadiam o comércio em busca de promoções, gerando tumulto, longas filas e um movimento inesperado no varejo. Aos poucos, os lojistas passaram a se organizar para transformar o caos em lucro, abrindo mais cedo, criando ofertas exclusivas e tornando a sexta-feira o ponto de partida para as compras de fim de ano.
Black Friday se espalha e movimenta bilhões no mundo todo
Hoje, a Black Friday é um evento global que movimenta bilhões de dólares em poucos dias. Grandes marcas apostam em campanhas de alto impacto, descontos escalonados e estratégias digitais que começam semanas antes da data.
Já os consumidores entram em modo de pesquisa intensa, comparando preços, monitorando promoções e se preparando para aproveitar cada oportunidade. O comportamento de compra muda completamente e a Black Friday vira um termômetro do consumo contemporâneo.
Chegada da Black Friday ao Brasil e explosão das vendas
O Brasil aderiu à data em 2010, quando cerca de 50 lojas virtuais testaram o modelo americano por aqui. A ideia pegou de imediato. Desde então, o evento se expandiu para o varejo físico, chegou aos supermercados, virou tradição nos marketplaces e até pequenos negócios passaram a aderir à “semana de descontos”.
A criação da Black Week, que antecipa e prolonga as promoções, fez o faturamento crescer ainda mais, com consumidores aproveitando os dias extras para buscar os melhores preços.
Curiosidades que explicam a força da Black Friday
Pouca gente sabe, mas o termo “black” no nome tem outro significado comercial: nos EUA, as lojas que passavam meses operando no prejuízo (“no vermelho”) finalmente registravam lucro, voltando “para o preto” nas contas. Daí o nome.
Nos Estados Unidos, muitas famílias tratam a data como uma tradição: madrugam juntas, formam filas e compartilham fotos de suas compras. Já no Brasil, o evento virou um festival digital, com memes, comparações de preços e uma explosão de tráfego nos sites de e-commerce.
Impacto da Black Friday vai além do consumo
Além de aquecer o varejo, a Black Friday gera emprego temporário, movimenta o setor logístico e dá fôlego para o comércio no fim do ano. Plataformas de pagamento, transportadoras e operadoras digitais também sentem o impacto positivo.
Mas nem tudo são flores: o consumo impulsivo pode levar ao endividamento, especialmente entre quem não se planeja. Por isso, especialistas recomendam atenção redobrada antes de aproveitar qualquer oferta.
Mesmo com os alertas, a Black Friday continua crescendo e se consolidando como uma das datas mais importantes do calendário econômico e a cada ano, ganha novas formas, estratégias e um espaço ainda maior no bolso do consumidor.

