O clima de tensão entre Irã e Israel ficou ainda mais grave nesta terça-feira (24), quando um míssil balístico iraniano atingiu um prédio residencial em Berseba, no sul de Israel, deixando quatro civis mortos. Segundo o serviço de emergência Magen David Adom, as vítimas são uma mulher e um homem na faixa dos 40 anos, outro homem por volta dos 20 e uma segunda mulher, que só foi retirada dos escombros horas depois do ataque.
Além das mortes, dois homens na casa dos 50 anos foram hospitalizados em estado grave e seis pessoas com ferimentos leves receberam atendimento no local.
O ataque aconteceu pouco antes da entrada em vigor do cessar-fogo anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mesmo com o anúncio de trégua, o Irã intensificou os disparos em várias regiões de Israel, incluindo Holon, Tel Aviv e Haifa.
De acordo com autoridades israelenses, desde o início da escalada, o Irã já lançou cerca de 550 mísseis balísticos e mil drones contra o território israelense. Até o momento, os hospitais de Israel contabilizam pelo menos 28 mortos e milhares de feridos. As sirenes de alerta tocaram em várias cidades, e a ordem das Forças de Defesa de Israel foi clara: população deve permanecer próxima a abrigos.
Mesmo com o cessar-fogo oficialmente em vigor, a situação continuou instável. Poucas horas após o horário combinado para a trégua, o Irã violou o acordo e disparou pelo menos um novo míssil balístico em direção ao norte de Israel. A defesa aérea conseguiu interceptar os projéteis, e não houve novos danos graves.
A resposta de Israel veio de forma imediata e contundente. O ministro da Defesa, Israel Katz, ordenou ataques a alvos estratégicos do regime iraniano, diretamente em Teerã. Segundo o Exército israelense, durante a madrugada, caças bombardearam dezenas de locais militares iranianos, incluindo centros de comando do programa nuclear SPND e fábricas de armamentos. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, general Effie Defrin, afirmou que oito lançadores de mísseis iranianos foram destruídos antes que pudessem ser usados.
Enquanto isso, o governo iraniano reagiu dizendo que está focado na recuperação de sua infraestrutura nuclear, que também sofreu danos. O chefe do programa atômico do país, Mohammad Eslami, declarou que os esforços agora estão concentrados em evitar qualquer interrupção nos processos de produção e serviços nucleares.
Nas redes sociais, Donald Trump pediu calma, mas reforçou o recado: “O CESSAR-FOGO JÁ ESTÁ EM VIGOR. POR FAVOR, NÃO O VIOLEM!”, escreveu o presidente americano na madrugada.
Dentro de Israel, o tom é de revolta e desejo de resposta imediata. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, foi direto: “Teerã vai tremer”, disse. Parlamentares da base e da oposição também pedem retaliações com força total.
Mesmo com a promessa de cessar-fogo, o comando militar de Israel mantém o alerta máximo, e a recomendação oficial é para que os civis não se afastem de áreas protegidas. O recado do general Defrin resume o momento: “Ainda há perigo”.