Um novo vírus digital está assustando milhares de brasileiros ao se espalhar diretamente pelo WhatsApp Web. Chamado de Maverick, esse malware avançado já foi responsável por mais de 62 mil tentativas de infecção somente em outubro, segundo dados da empresa de segurança Kaspersky. A ameaça atinge principalmente quem acessa bancos e corretoras de criptomoedas pelo computador.
Vírus chega como arquivo .zip no WhatsApp Web e ativa ao detectar sistema brasileiro
O ataque começa com o envio de um arquivo compactado (.zip) via WhatsApp, normalmente com uma mensagem chamando atenção para que o conteúdo seja aberto no computador. Dentro desse arquivo, há um atalho disfarçado em formato .LNK, que ao ser executado, inicia o processo de infecção.
O Maverick é programado para ativar apenas se o sistema da vítima estiver configurado para o Brasil, analisando elementos como idioma, fuso horário e padrão de data. Isso mostra que o vírus foi criado especificamente para atingir usuários brasileiros — e com alto grau de sofisticação.
Como o Maverick age após invadir o computador
Depois de instalado, o vírus se mantém em silêncio até que o usuário acesse um dos 26 bancos ou seis corretoras de criptomoedas monitoradas por ele. É nesse momento que o Maverick entra em ação, passando a roubar dados sigilosos, como senhas e informações bancárias.
O malware consegue tirar prints da tela, registrar tudo o que é digitado e até usar o WhatsApp Web para enviar mensagens falsas. Essa função o torna ainda mais perigoso, já que ele pode se replicar automaticamente para outros contatos, como um “vírus de cadeia”.
Maverick é um dos malwares mais sofisticados já identificados
Especialistas apontam semelhanças entre o Maverick e um trojan antigo, chamado Coyote, que foi descoberto em 2004. Isso indica que o Maverick pode ser uma evolução ainda mais perigosa dessa família de vírus.
Segundo Anderson Leite, analista da Kaspersky, a complexidade do Maverick e sua capacidade de se espalhar automaticamente o colocam entre as infecções digitais mais avançadas já vistas no Brasil.
Como se proteger do Maverick no WhatsApp e no computador
Com o aumento dos ataques, alguns cuidados simples podem impedir a infecção:
- Nunca abra arquivos .zip recebidos no WhatsApp, mesmo que venham de contatos conhecidos.
- Evite clicar em atalhos com extensão .LNK, especialmente se estiverem em arquivos compactados.
- Use um antivírus confiável, atualizado e com proteção em tempo real.
- Avise o contato caso receba um arquivo suspeito vindo dele.
- Mantenha o sistema operacional e todos os programas sempre atualizados.
WhatsApp virou alvo preferencial para cibercriminosos
O uso cada vez maior do WhatsApp Web no dia a dia o transformou em um canal atrativo para ataques. Com apenas um clique, o vírus consegue se infiltrar e abrir caminho para roubo de dados com impacto real na vida financeira das vítimas.
A melhor defesa, segundo especialistas, é a prevenção. Ficar atento a mensagens estranhas, manter os dispositivos protegidos e repassar essas orientações para amigos e familiares são atitudes que ajudam a barrar o avanço do Maverick.
Se você recebeu um arquivo suspeito recentemente pelo WhatsApp Web, não abra. Apague imediatamente e informe o contato. A disseminação do vírus só acontece porque muita gente ainda desconhece os riscos e é justamente aí que o Maverick se espalha com força.