A Polícia Civil de Lucas do Rio Verde (MT), por meio do Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher e Vulneráveis, deflagrou na última sexta-feira (4 de julho) a operação “Ovelha Negra”. O alvo foi um jovem de 18 anos, investigado por estupro de vulnerável contra crianças da própria família.
Os crimes vieram à tona no dia 1º de junho, quando a mãe de um menino de 7 anos procurou a delegacia, relatando que seu filho havia sido abusado pelo primo. O suspeito chegou a ser preso em flagrante na casa da mãe naquele dia, mas foi liberado em audiência de custódia.
Aprofundamento das Investigações
Após a primeira denúncia, a criança foi submetida a uma escuta especializada e revelou que aquele não tinha sido o primeiro abuso sofrido e que outros dois primos também haviam sido vítimas. Em seguida, esses dois meninos, de 7 e 8 anos, também foram ouvidos e confirmaram ter sofrido os mesmos abusos, sendo que um deles é irmão do próprio investigado.
Com a prisão inicial e o relato das três crianças, um quarto primo também conseguiu contar à mãe que havia sido vítima do primo mais velho em um ano anterior. Ele também passou por escuta especializada e detalhou como os abusos ocorreram.
Segundo o delegado Allan Vitor, o suspeito atraía as crianças para o seu quarto, onde as colocava para brincar com jogos online, ganhando a confiança delas para então cometer os crimes. “A investigação revelou indícios robustos de que o investigado, contrariando o papel de guardião familiar, utilizava-se da posição de confiança para abusar de seus entes mais vulneráveis”, afirmou o delegado.
Mandados e Nome da Operação
Diante da descoberta das outras três vítimas, o delegado Allan Vitor representou pela prisão preventiva do jovem e por um mandado de busca e apreensão em sua residência, visando dar continuidade às investigações. O juiz atendeu parcialmente o pedido, deferindo o mandado de busca e apreensão.
O mandado foi cumprido na sexta-feira, no centro de Lucas do Rio Verde (MT), resultando na apreensão de celulares e itens de informática. Esses equipamentos serão enviados para perícia, pois, conforme trecho da decisão judicial, “a narrativa das vítimas, rica em detalhes, aponta para a utilização de dispositivos eletrônicos, como computador e celular, como meio para atrair e manter as crianças no ambiente em que os abusos teriam ocorrido.” A análise desses dispositivos pode revelar provas cruciais e identificar outras possíveis vítimas.
O nome da ação policial, “Ovelha Negra”, faz alusão à expressão popular usada para caracterizar indivíduos que, por suas condutas reprováveis e desvios de comportamento, se afastam dos valores éticos e morais esperados no seio familiar, quebrando o dever de proteção e cuidado.
Com informações do Portal Repórter MT.