A Patagônia, no extremo sul da América do Sul, virou o novo destino dos que sonham com uma vida diferente. Montanhas, geleiras, lagos cristalinos e uma natureza praticamente intocada estão entre os principais atrativos dessa região que se espalha por Chile e Argentina.
O número de turistas que visitam a Patagônia já impressiona: cerca de 2,5 milhões de pessoas por ano. Mas o que chama ainda mais atenção é que, aos poucos, muita gente está largando tudo para morar por lá. Estima-se que aproximadamente 8 mil pessoas se mudem anualmente para cidades patagônicas, em busca de uma rotina mais tranquila, longe do agito dos grandes centros.
Entre os destinos preferidos estão cidades como El Calafate, Ushuaia e Bariloche, na Argentina, e Puerto Natales e Punta Arenas, no Chile. Por mais que o número de novos moradores ainda seja pequeno em relação ao tamanho da região, o movimento de migração é constante.
O motivo? A Patagônia oferece uma mistura rara de qualidade de vida, contato com a natureza e oportunidades ligadas ao turismo e à pesquisa ambiental. Além disso, quem busca aventura e isolamento encontra por lá o cenário ideal.
Viver na Patagônia, porém, não é tarefa fácil. O clima é rigoroso, com ventos fortes e invernos longos. As temperaturas negativas são comuns, e o custo de vida pode ser alto, especialmente nas cidades mais turísticas, por conta da distância dos grandes centros de abastecimento.
As moradias nas cidades geralmente são casas térreas, feitas com materiais resistentes ao frio, como madeira, pedra e chapas metálicas. Isolamento térmico é palavra de ordem. Quem vive nas zonas rurais costuma morar em estâncias, grandes propriedades voltadas à criação de ovelhas e gado.
A infraestrutura urbana até atende bem às necessidades básicas, com escolas, hospitais, mercados e opções de lazer, mas tudo em escala menor. Internet e serviços digitais estão em expansão, mas ainda podem ser limitados em regiões mais afastadas.
Por outro lado, a tranquilidade, o contato direto com a natureza e a sensação de comunidade fazem muita gente topar o desafio. Nos últimos anos, surgiram até condomínios fechados voltados a quem busca mais conforto e segurança, principalmente em cidades com maior fluxo de turistas.
Além do apelo visual, a região é também um prato cheio para quem gosta de atividades ao ar livre. Trekking, escalada, pesca, observação de aves e passeios por lagos glaciais estão entre os programas mais procurados.
Quem decide fazer as malas e mudar para a Patagônia sabe que vai enfrentar alguns perrengues, mas também sabe que vai ganhar em qualidade de vida e experiências únicas. Afinal, viver cercado de montanhas, geleiras e horizontes infinitos não é para qualquer um.