O tráfego aéreo no Catar virou um caos nesta segunda-feira. A Qatar Airways, uma das maiores companhias do mundo, foi obrigada a suspender todos os seus voos depois que o país decidiu fechar temporariamente o espaço aéreo. Aviões que já estavam no ar precisaram voltar para o ponto de partida ou buscar outros aeroportos para pousar. Um transtorno gigante para quem estava no meio do caminho entre o Ocidente e o Oriente.

A decisão drástica veio poucas horas depois de um ataque de mísseis lançado pelo Irã contra a base aérea americana de Al-Udeid, que fica no Catar. Foi uma retaliação direta ao bombardeio que os Estados Unidos fizeram no sábado, atingindo instalações nucleares iranianas. A tensão entre Irã, EUA e Israel está em um dos pontos mais altos dos últimos anos e já começa a afetar o dia a dia de quem só queria fazer uma simples viagem de avião.

O governo do Catar justificou o fechamento do espaço aéreo dizendo que a medida foi necessária para proteger cidadãos, residentes e visitantes. Segundo o comunicado oficial, a situação está sendo monitorada de perto, mas não há previsão exata de quando as operações aéreas vão voltar ao normal. No fim da tarde, o espaço aéreo acabou sendo reaberto, o que deve aliviar um pouco a situação nos aeroportos.

A Qatar Airways informou que está trabalhando junto às autoridades para tentar ajudar os passageiros afetados. Em nota, a empresa destacou que a segurança de clientes e tripulantes é prioridade máxima e prometeu retomar os voos assim que as condições permitirem.

O impacto não ficou restrito ao Catar. Os aeroportos de Dubai, no Emirados Árabes, também chegaram a suspender temporariamente as operações, mas voltaram a funcionar no meio da tarde. Bahrein e Kuwait seguiram o mesmo caminho e já estão reabrindo seus terminais.

Sites de rastreamento de voos, como o “Flightradar24”, mostraram uma série de aeronaves sendo desviadas ou retornando ao ponto de origem. As companhias aéreas, que sempre têm pelo menos dois aeroportos alternativos em seus planos de voo para emergências, foram obrigadas a colocar esses esquemas em prática rapidamente.

O contexto por trás de tudo isso é a escalada militar que vem se desenhando desde o início de junho. No dia 12, Israel iniciou bombardeios contra alvos estratégicos no Irã, atingindo até áreas próximas de instalações nucleares. A resposta iraniana veio logo em seguida, com ameaças de retaliação. No sábado, os Estados Unidos fizeram um ataque de alta precisão contra três centros nucleares iranianos, aumentando ainda mais a tensão.

Na noite de sábado, o Irã lançou mísseis balísticos contra a base americana no Catar, um dos principais centros militares dos EUA na região. Apesar de Washington afirmar que não houve vítimas, o ataque foi considerado um marco preocupante nessa sequência de ofensivas.

Especialistas já alertam que o Oriente Médio pode estar caminhando para uma guerra regional, com impactos globais. O mercado do petróleo pode sofrer, o risco de terrorismo aumenta e o pouco que restava de negociações diplomáticas está cada vez mais por um fio.

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