Se tem uma palavra que resume o que foi o Botafogo contra o Atlético de Madrid no Mundial de Clubes é: sofrimento. O time carioca passou 90 minutos praticamente acuado, colecionou erros individuais e viu o adversário criar chance atrás de chance. No fim das contas, o placar de 1 a 0 para os espanhóis foi insuficiente para tirar o Glorioso das oitavas. Pelo saldo de gols, o Botafogo segue vivo no torneio.

A classificação veio com emoção e muita torcida secando o Atlético depois da goleada que os espanhóis sofreram para o PSG na estreia. Foi justamente essa derrota pesada que acabou fazendo toda a diferença na tabela. O time de Luis Enrique confirmou a liderança com vitória sobre o Seattle, deixando o Botafogo na segunda posição do Grupo B.

O começo até enganou. O Botafogo entrou ligado, com marcação ajustada e impedindo o Atlético de criar nos primeiros minutos. Sem aquela pressão característica do time de Diego Simeone, os cariocas conseguiram controlar o jogo com boa postura defensiva e até tiveram a primeira grande chance da partida. Igor Jesus puxou contra-ataque e serviu Savarino, que saiu de frente para Jan Oblak. Mas o venezuelano demorou a finalizar com a canhota, trouxe para a direita e acabou parando no goleiro esloveno.

A partir daí, o cenário mudou. O excesso de confiança bateu e os erros começaram a aparecer em sequência. Alexander Barboza entregou duas bolas de graça na saída pela esquerda. No meio, o trio responsável pela armação também se perdeu, com erros de passe que irritariam até em rachão de fim de semana. Resultado: o Atlético cresceu.

De Paul começou a aparecer com mais liberdade pela direita, e numa dessas jogadas, achou Julián Álvarez dentro da área. O argentino girou rápido e finalizou com perigo, mostrando que a noite prometia ser longa para o Botafogo.

Antes do intervalo, mais um susto: após nova bola aérea, Julián Álvarez pediu pênalti por toque de Gregore. O VAR chamou, mas o árbitro acabou anulando tudo ao flagrar falta de Sorloth em Jair segundos antes do lance polêmico. Um respiro bem-vindo para o time de Renato Paiva.

No segundo tempo, o que já era ruim ficou ainda pior. Simeone voltou com Griezmann no lugar de Gallagher, armando o time espanhol num 4-2-4 agressivo. O Botafogo praticamente abriu mão da bola, recuou as linhas e passou a apenas tentar sobreviver.

A entrada de Ángel Correa só aumentou a pressão. Em uma das melhores chances, Llorente tabelou com Correa e cruzou para Sorloth, que, incrivelmente, errou de cabeça na pequena área. O Botafogo já jogava só por uma bola, e ela quase veio. Montoro e Cuiabano melhoraram um pouco a saída de bola, e num contra-ataque rápido, Cuiabano cruzou para Igor Jesus, que obrigou Oblak a fazer mais uma defesa importante.

Mas o sufoco parecia interminável. Depois de perder outro gol feito com Griezmann de letra, o Atlético finalmente abriu o placar já nos minutos finais. Em nova falha botafoguense na saída, Julián Álvarez cruzou da esquerda e Griezmann apareceu livre para marcar. O 1 a 0 era o mínimo que o Atlético merecia, mas insuficiente para a classificação.

Quando o árbitro apitou o fim, o Botafogo comemorou a vaga como se fosse um título. Passar num grupo com PSG e Atlético, jogando mal como jogou, é quase um feito histórico. Agora o Glorioso espera o adversário das oitavas, com uma certeza: se quiser ir mais longe, vai precisar jogar muito mais bola do que mostrou até aqui.

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