O governo da Ucrânia entrou de cabeça na polêmica internacional e declarou, neste domingo, 22 de junho, apoio aos ataques realizados pelos Estados Unidos contra as instalações nucleares do Irã. Em nota oficial, Kiev foi direto ao ponto: segundo os diplomatas ucranianos, os bombardeios são uma resposta clara às “ações agressivas” do governo iraniano.

O comunicado também não poupou críticas ao regime de Teerã. A Ucrânia acusou o Irã de ser “cúmplice” da invasão russa, alegando que os iranianos forneceram “assistência militar”, incluindo os drones que Moscou tem usado para atacar o território ucraniano desde o início da guerra.

Na visão ucraniana, a ofensiva dos Estados Unidos e de Israel é uma forma de enviar um recado duro ao governo iraniano. “É inaceitável prosseguir a sua política de desestabilização da segurança no Oriente Médio”, diz o texto divulgado por Kiev.

Os ataques, que destruíram as instalações de Fordow, Natanz e Isfahan, foram realizados no sábado e fazem parte da chamada “Operação Martelo da Meia-Noite”. Durante um discurso à nação, o presidente Donald Trump reforçou o tom de ameaça, afirmando que novos bombardeios podem acontecer caso o Irã não sinalize pela paz rapidamente.

Logo após a ação militar, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fez questão de classificar o ataque como um “sucesso inacreditável e esmagador”, destacando que o objetivo era “devastar o programa nuclear iraniano”. Segundo Hegseth, a ordem de Trump foi clara: atingir as instalações estratégicas sem mirar diretamente tropas ou civis iranianos.

O posicionamento da Ucrânia marca mais um capítulo na tensão crescente entre Kiev e Teerã. O governo ucraniano já vinha, há meses, apontando o dedo para o Irã, responsabilizando o país pela venda de drones que vêm sendo usados pelos russos contra cidades ucranianas.

Enquanto isso, outras potências mundiais, como a Rússia, classificaram a ofensiva americana como “irresponsável”, o que deixa o cenário internacional ainda mais carregado de tensão e incertezas.

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