A tensão entre Estados Unidos e Irã ganhou um novo e perigoso capítulo neste sábado (21). Um dos principais conselheiros do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, sugeriu ataques imediatos à frota naval americana e o bloqueio do Estreito de Ormuz, uma das rotas mais importantes para o transporte de petróleo no mundo.

O alerta veio de Hossein Shariatmadari, editor-chefe do jornal conservador Kayhan, conhecido por representar a linha dura do regime iraniano. Pelo canal oficial do jornal no Telegram, Shariatmadari foi direto: “Após o ataque americano à instalação nuclear de Fordow, agora é a nossa vez”, afirmou.

O conselheiro defendeu um ataque com mísseis contra os navios americanos baseados no Bahrein, além de fechar o Estreito de Ormuz não só para os EUA, mas também para Reino Unido, Alemanha e França. E encerrou a mensagem com uma citação do Alcorão: “Matem-nos onde quer que os alcancem”.

Por que o Estreito de Ormuz preocupa tanto?

Localizado entre o Irã e Omã, o Estreito de Ormuz é responsável pela passagem de cerca de 20% de todo o petróleo que circula no mundo. Qualquer bloqueio nessa região pode provocar saltos abruptos no preço do petróleo e impactar economias globais, atingindo desde grandes potências até o bolso do consumidor comum.

Especialistas alertam que, mesmo sem uma ordem oficial do governo iraniano, o discurso de Shariatmadari já revela o clima de beligerância que domina os bastidores do regime desde o ataque dos EUA à instalação nuclear de Fordow, no Irã.

Clima de guerra aumenta pressão no mercado

O mercado internacional já começou a reagir. A possibilidade de interrupção no fluxo de petróleo pelo Golfo Pérsico fez crescer as expectativas de aumento no valor do barril de petróleo nos próximos dias.

Segundo analistas, as palavras de Shariatmadari, apesar de partirem de um porta-voz informal, refletem o sentimento de retaliação que cresce dentro do governo iraniano, principalmente após o ataque americano, considerado por Teerã como um ato de guerra.

Com as tensões cada vez mais altas e a ameaça de um bloqueio real no Estreito de Ormuz, o cenário internacional fica em alerta máximo, acompanhando de perto os próximos passos de ambos os lados.

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