O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a acender o alerta internacional nesta sexta-feira (20). Durante um fórum econômico em São Petersburgo, ele afirmou que o mundo vive um momento de “crescente potencial para conflitos”, com possibilidade real de uma 3ª Guerra Mundial.
“É perturbador. Estou falando sem ironia, sem piadas”, disse Putin ao responder uma pergunta sobre os riscos de um conflito global. Segundo ele, o perigo de escalada militar está “bem debaixo do nosso nariz” e afeta diretamente a Rússia.
Ao justificar a preocupação, o líder russo citou dois conflitos em curso: a própria guerra entre Rússia e Ucrânia e o embate entre Irã e Israel. Putin também fez um apelo por soluções pacíficas: “Isso requer não apenas atenção cuidadosa aos eventos que estão ocorrendo, mas também a busca por soluções — de preferência, por meios pacíficos — em todas as direções”, afirmou.
Sobre o Irã, a preocupação de Putin envolve as bases nucleares iranianas, onde, segundo ele, técnicos russos estão trabalhando na construção de dois novos reatores nucleares. Mesmo com essa parceria, Putin garantiu que o acordo de cooperação estratégica assinado entre Rússia e Irã em 2025 não significa fornecimento de armas, mas deixou claro que existe um alinhamento político e militar entre os dois países.
Ainda sobre o Oriente Médio, o presidente russo lembrou que chegou a se oferecer para mediar o conflito entre Irã e Israel, mas foi rejeitado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo ele próprio relatou.
Quando o assunto foi a guerra na Ucrânia, Putin voltou ao discurso de que “russos e ucranianos são um só povo”. Ele também deixou no ar a possibilidade de avançar sobre a cidade de Sumy, na Ucrânia, como parte das ações militares.
Putin justificou a continuidade da ofensiva russa como uma resposta aos supostos bombardeios ucranianos em áreas de fronteira. Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, segue firme em sua posição de que as ações da Rússia são ilegais e não serão aceitas, principalmente em relação às cinco regiões ucranianas já anexadas por Moscou, incluindo a Crimeia.
Com o cenário internacional cada vez mais tenso, a fala de Putin só aumenta as preocupações de líderes de outros países sobre o risco de uma nova guerra de grandes proporções.