Se alguém olhar só o placar de 6 a 0 vai achar que o Benfica sobrou em campo nesta sexta-feira, pela segunda rodada do Mundial de Clubes. Mas quem viu o jogo sabe: mesmo contra um time amador da Nova Zelândia, o desempenho dos portugueses ficou longe de empolgar.

O adversário era o Auckland City, aquele mesmo que já tinha levado 10 do Bayern de Munique na estreia. Era jogo para o Benfica atropelar do começo ao fim. Só que a história foi bem diferente. Os portugueses tiveram mais posse de bola, criaram mais, finalizaram bastante… mas passaram quase todo o primeiro tempo esbarrando na própria ineficiência.

Foram necessários quase 50 minutos de bola rolando para os Encarnados finalmente abrirem o placar. E só conseguiram isso graças a um pênalti nos acréscimos da primeira etapa. Di María, com a categoria de sempre, bateu firme, sem chances para o goleiro Garrow, e enfim tirou o zero do marcador.

Antes disso, o que se viu foi um Benfica com dificuldades para transformar volume de jogo em chances claras. Mesmo com 65% de posse de bola, o time chutava bastante, mas acertava pouco o alvo. O Auckland, ciente da sua limitação, ficou praticamente o tempo todo recuado, se defendendo como podia e até comemorando o empate parcial até o pênalti.

Jogo paralisado e um segundo tempo menos sofrido

Como se a primeira metade já não tivesse sido arrastada, o intervalo ainda trouxe mais confusão: o jogo ficou quase duas horas parado por alerta climático. Quando a bola voltou a rolar, o Benfica ao menos conseguiu fazer valer a diferença técnica.

Logo no início do segundo tempo, Pavlidis e Renato Sanches ampliaram. Depois, Barreiro, com dois gols, e novamente Di María, de outro pênalti, completaram a goleada por 6 a 0. O domínio numérico foi total: 32 finalizações a 4, com 16 chutes certos contra apenas 2 dos neozelandeses.

Mas, apesar da chuva de gols, a sensação no apito final foi de que o Benfica segue devendo futebol no torneio.

Campanha ainda deixa desconfiança

O problema é que essa dificuldade em render não foi um ponto fora da curva. Na estreia, o Benfica já tinha deixado uma péssima impressão ao sofrer para empatar em 2 a 2 com um Boca Juniors em crise, ainda mais considerando que o time argentino jogava a primeira partida com técnico novo.

Agora, mesmo com o placar elástico diante de um adversário nitidamente mais fraco, os Encarnados seguem longe de passar segurança para o torcedor.

E o Porto? Outro que não ajuda a melhorar a imagem

A verdade é que, até aqui, os clubes portugueses estão colecionando atuações decepcionantes no Mundial. O Porto, por exemplo, que entrou como favorito no seu grupo com Palmeiras, Inter Miami e Al Ahly, somou só um ponto nas duas primeiras rodadas. Empatou com o time brasileiro na estreia e depois perdeu para o Inter Miami por 2 a 1.

Se o futebol português queria usar o Mundial como vitrine, por enquanto a imagem que fica é de um espelho rachado.

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