A estreia do Palmeiras no Mundial de Clubes da FIFA 2025 terminou com um placar que ninguém do lado alviverde queria ver: 0 a 0 contra o Porto. Mas se o empate por si só é frustrante, o desempenho em campo trouxe muito mais respostas positivas do que questionamentos para o torcedor.
Desde o apito inicial, o Palmeiras foi superior. O time de Abel Ferreira controlou o jogo, teve mais volume, criou mais chances e só sofreu em um breve momento no meio do primeiro tempo, quando Weverton precisou trabalhar em algumas defesas importantes. No geral, porém, o Verdão dominou.
O maior pecado da equipe foi o que a torcida já conhece de longa data: a falta de pontaria. A estatística final mostra 17 finalizações palmeirenses contra 11 dos portugueses, mas, mesmo com esse volume, o gol teimou em não sair.
O primeiro tempo terminou com um lance que parece resumir o roteiro da partida: três chances cara a cara com o goleiro Cláudio Ramos, todas desperdiçadas. Aliás, o português fez talvez a maior partida da sua carreira, segurando o resultado para o Porto quando o Palmeiras parecia pronto para abrir o placar.
Velhos problemas, novas soluções
Se tem algo que Abel Ferreira não deve ter ficado surpreso foi com os erros de finalização. Isso tem sido um fantasma recorrente do time nas últimas temporadas. Giay, um dos jovens da equipe, sofreu defensivamente em alguns lances, sendo salvo por atuações sólidas de Gustavo Gómez e Aníbal Moreno, que fizeram um trabalho de cobertura praticamente perfeito.
Outro nome que chamou atenção foi Estêvão. Estranhamente escolhido pela FIFA como o melhor da partida, o camisa 41 teve uma atuação que deixou a desejar. Tomou decisões equivocadas em diversos lances, chutando quando deveria passar, passando quando a finalização era a melhor escolha. Quem viu o jogo sem olhar o prêmio individual provavelmente ficou confuso com a eleição.
Banco que responde
Se o resultado não veio, o segundo tempo mostrou outra boa notícia para os palmeirenses: o elenco tem alternativas reais no banco. As entradas de Raphael Veiga, Allan, Flaco López e Paulinho deram nova dinâmica ao time. O Palmeiras ganhou volume, mudou o ritmo e seguiu empilhando chances.
Taticamente, o time se mostrou muito bem preparado. As transições foram rápidas, o time esteve compacto sem a bola e, na parte física, o Verdão segurou a intensidade até o apito final.
Faltou só o gol
No resumo da ópera, o Palmeiras deixou o campo com aquela sensação de “faltou um detalhe”. O time merecia a vitória, mas foi traído pelas próprias limitações na hora de concluir. A parte positiva é que o desempenho foi bom, o coletivo funcionou e o elenco mostrou profundidade.
Para Abel Ferreira, que certamente queria impressionar seus conterrâneos portugueses, a missão tática foi cumprida, mas a vitória ficou para depois. O próximo desafio agora é transformar esse domínio em resultado. Porque, por mais que jogar bem seja importante, no Mundial, quem não faz, arrisca voltar pra casa cedo.