Jorginho mal desembarcou no Brasil e já vestiu a camisa do Flamengo com aquele ar de quem sabe que está entrando numa casa grande. Em sua primeira coletiva como jogador rubro-negro, o volante, que nunca atuou profissionalmente no Brasil, falou sobre o que considera uma virada inesperada, mas bem-vinda, na carreira.

Foi no momento certo”, disse. Depois de tanto tempo fora, vivendo a carreira inteira na Europa desde a base, a chance de jogar em casa surgiu como uma surpresa. Mas daquelas boas. “Poder voltar para o meu país depois de tantos anos foi algo que sinceramente me surpreendeu um pouco”, admitiu. E não é qualquer volta. É com a camisa de um dos clubes mais pesados do continente. “Um clube como esse só te dá mais motivos para querer viver isso ao máximo”, completou, citando o elenco forte, o técnico e o apoio da torcida que ele, segundo diz, sempre acompanhou “de longe”.

Mas antes de assinar o contrato, teve uma etapa delicada: convencer a esposa, Catherine Harding, que nunca morou fora de Londres. “Era uma vontade minha, mas não tomaria uma decisão que deixasse ela infeliz”, contou. O sim dela era essencial. Afinal, mudar de continente exige mais que uma boa proposta exige parceria. E ela topou.

Agora Jorginho terá a missão de ajudar o Flamengo no Mundial de Clubes e, de cara, reencontrar o Chelsea, clube onde viveu momentos gigantescos, venceu Liga dos Campeões, Mundial e Liga Europa. Sobre isso, ele garante que está pronto pra colaborar com o técnico Filipe Luís, mas sem bancar o sabichão. “Não vou chegar falando, nunca fiz isso e nunca vou fazer, mas estou sempre aberto a conversas”, afirmou. A experiência tá aí, e o cara parece saber dosar bem.

Sobre o físico, ele mesmo admite: vai descobrir com o tempo. O último jogo foi no fim de maio, então o ritmo ainda está voltando. Já treinou no Ninho, fez exames, e se diz pronto. “Estou me sentindo bem e com muita vontade de jogar”, garantiu, antes de brincar: “A questão dos 90 minutos e de começar jogando já não é comigo”.

Jorginho estreia em solo brasileiro numa fase decisiva do Flamengo, com o Mundial logo ali e um elenco que precisa de respostas rápidas. Experiência ele tem, bagagem também. Agora é ver como ele se encaixa nesse novo capítulo da carreira, que começou com uma mudança de país, uma coletiva honesta e, claro, aquele frio na barriga que só um Maracanã cheio pode causar.

Compartilhar.