Cerveja não dá ressaca? Vinho protege o coração? Parece bom demais pra ser verdade e realmente é. A ciência não perdoa: álcool é álcool, e os riscos vêm no pacote, seja qual for sua bebida preferida.

Quem avisa é Jürgen Rehm, pesquisador do Centro de Dependência de Toronto. Ele lembra que todas as bebidas alcoólicas têm a mesma base: o etanol. Quando entra no corpo, esse composto vira acetaldeído, uma substância tóxica que danifica o DNA e pode causar câncer. Katherine Keyes, da Universidade Columbia, reforça: o álcool está ligado a sete tipos diferentes de câncer, além de doenças no fígado, coração e até transtornos mentais.

E o que muda entre uma cervejinha e um shot de tequila? A quantidade de álcool puro. Uma lata de cerveja comum (4%), uma taça de vinho (12%) e uma dose de destilado (40%) têm mais ou menos o mesmo teor de etanol. A diferença está em como isso entra no seu corpo. Bebidas mais leves permitem mais controle e menos sobrecarga, especialmente se consumidas devagar.

A dica é clara: opte por bebidas com menor teor alcoólico. Cervejas leves e vinhos suaves são escolhas menos agressivas do que shots ou drinques com destilados fortes. Mas cuidado: beber pouco e com frequência ainda pode fazer estrago.

Outro alerta importante é sobre misturas perigosas. Vodca com energético, licor com café… essas combinações enganam o corpo, mascarando os sinais de embriaguez. Você acha que está bem e continua bebendo enquanto o coração acelera, o fígado sofre e o risco de infarto aumenta. É o tipo de mistura que transforma uma balada em emergência médica.

Quer reduzir os danos? A ciência dá o caminho:

  1. Prefira bebidas com menor ABV (álcool por volume). Quanto menor o teor, menor o impacto.
  2. Evite misturar álcool com estimulantes, como cafeína ou energéticos.
  3. Beba devagar e intercale com água para manter o corpo hidratado e consciente.
  4. Nunca dirija após beber, mesmo que “se sinta bem”.

Por fim, um recado direto da Organização Mundial da Saúde: não existe consumo totalmente seguro de álcool. A única forma de zerar os riscos é não consumir. Mas se decidir beber, faça isso com informação, moderação e responsabilidade.

Porque no fim das contas, o que importa não é só o que você bebe, mas como, quando e por que está bebendo.

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