Presente em praticamente todas as farmácias e lares brasileiros, a dipirona é um dos medicamentos mais usados no país para combater dor e febre. No entanto, o que pouca gente sabe é que esse remédio, tão comum por aqui, está proibido em vários países, como os Estados Unidos e parte da Europa, devido a possíveis riscos à saúde.

A principal razão para a proibição da dipirona fora do Brasil está ligada a um efeito colateral raro, mas grave: a agranulocitose. Trata-se de uma alteração no sangue que provoca a queda brusca na quantidade de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo. Sem esse tipo de célula, o corpo fica vulnerável a infecções, e em casos mais graves, essa condição pode ser fatal.

Apesar disso, o risco real de desenvolver agranulocitose após o uso da dipirona é considerado muito baixo por parte da comunidade médica. Mesmo assim, países com legislações mais rigorosas optaram por não correr riscos e preferiram banir o medicamento, adotando uma política de precaução. Nessas nações, analgésicos como o paracetamol e o ibuprofeno são as principais alternativas indicadas.

Outro ponto que contribuiu para a restrição da dipirona em diversos lugares é a falta de consenso científico sobre sua segurança. Alguns estudos mostram que os efeitos colaterais são extremamente raros, mas ainda há debate entre os especialistas sobre o nível exato de risco envolvido no uso do medicamento.

Por outro lado, em países como o Brasil, Alemanha, Rússia e México, a dipirona continua sendo amplamente utilizada e está disponível sem maiores restrições, desde que com acompanhamento médico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza seu uso, considerando que os benefícios superam os riscos quando o medicamento é administrado corretamente.

Além disso, a dipirona está entre os medicamentos mais populares no Brasil, atrás apenas de remédios como a losartana, que liderou o ranking de vendas em 2024 com mais de 167 milhões de unidades comercializadas. A confiança da população na dipirona está ligada à sua eficácia e ao custo acessível, o que a torna uma escolha frequente no alívio de sintomas comuns como dores de cabeça, febres e cólicas.

Ainda assim, especialistas alertam que todo medicamento deve ser usado com responsabilidade. Mesmo os remédios mais conhecidos e vendidos, como a dipirona, precisam de orientação médica, especialmente em casos de uso contínuo ou em pessoas com condições de saúde específicas.

Em resumo, o que faz com que a dipirona seja proibida em alguns países e permitida em outros é o equilíbrio entre precaução e avaliação de risco. No Brasil, ela segue liberada e muito utilizada, mas com atenção às recomendações médicas para evitar qualquer tipo de complicação.

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