Um caso curioso envolvendo os famosos bebês reborn, que são bonecos realistas criados para parecerem recém-nascidos, chamou a atenção na internet e acabou virando assunto polêmico. O padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis, em Minas Gerais, publicou uma nota em seu perfil no Instagram deixando claro que não pretende realizar batismos, missas ou qualquer rito católico envolvendo esses brinquedos.
Na nota, o padre afirmou que não está batizando bonecas reborn, nem realizando catequese para quem se apresenta como “mãe” desses bonecos. Ele também mencionou situações incomuns, como pedidos de oração de libertação para bonecos supostamente “possuídos” ou até missa de Sétimo Dia para reborn com “bateria arriada”. Para ele, casos como esses devem ser encaminhados a psicólogos, psiquiatras ou, segundo suas palavras, ao próprio fabricante da boneca.
O assunto ganhou visibilidade depois que vídeos de pessoas cuidando de bonecos reborn viralizaram nas redes sociais. Isso gerou diversas opiniões, especialmente sobre os limites do vínculo afetivo com esses brinquedos. O tom irônico e direto do padre gerou repercussão entre seus mais de 3 milhões de seguidores, muitos dos quais apoiaram sua declaração.
Além da fala do religioso, o tema também chegou ao Congresso Nacional. Três projetos de lei foram apresentados por deputados federais com o objetivo de restringir o uso de bonecos reborn em ambientes públicos e garantir que benefícios voltados a crianças reais não sejam indevidamente utilizados por adultos com esses bonecos.
Entre as propostas, uma proíbe profissionais da saúde, tanto da rede pública quanto privada, de realizarem simulações de atendimento com reborn. Outra quer impedir o uso de assentos preferenciais ou qualquer tipo de benefício voltado a bebês. E uma terceira defende o acolhimento psicossocial para pessoas que criam vínculos afetivos com esses bonecos de maneira intensa.
A discussão está aberta, dividindo opiniões entre quem vê os reborn como uma forma de conforto e quem acredita que o uso exagerado exige atenção profissional. Enquanto isso, o padre reafirma que sua missão está voltada para pessoas de verdade.