Pode admitir: em algum momento da vida, você já cometeu um errinho de português sem nem perceber. A boa notícia é que isso acontece com quase todo mundo, até com quem escreve ou fala o dia todo. O problema é quando o hábito vira rotina e a gente acaba passando uma impressão errada, principalmente em situações mais formais.
Pra te ajudar a fugir dessas armadilhas da língua, aqui estão os 5 erros gramaticais mais comuns e as dicas certeiras pra você nunca mais escorregar.
1. Uso errado da crase: o temido acento antes do “a”
A crase é campeã de confusões. Tem gente que coloca onde não precisa e esquece onde é obrigatório. O erro clássico? Colocar crase antes de palavra masculina ou verbo, tipo escrever “Vou à correr” (totalmente errado). Por outro lado, muita gente esquece de usar na hora certa, como em expressões do tipo “à medida que” ou “à tarde”. A regra básica é simples: só tem crase quando tiver a combinação de preposição “a” + artigo feminino “a”.
2. Concordância verbal e nominal: os verbos e adjetivos que não batem
Quem nunca ouviu ou leu frases como “Os aluno chegou” ou “As casa bonita”? Parece básico, mas a falta de atenção na hora de fazer verbo e sujeito concordarem em número e pessoa é um dos erros mais comuns. O mesmo vale para os adjetivos que precisam acompanhar o gênero e número dos substantivos. Na dúvida? Leia a frase em voz alta: o ouvido costuma ajudar a detectar o erro.
3. Pronomes trocados: o famoso “mim” no lugar de “eu”
Aqui é onde muita gente tropeça na hora de escrever ou falar. Um dos erros mais repetidos é usar “mim” no lugar de “eu” em frases como “Para mim fazer”, quando o correto seria “Para eu fazer”. O motivo? Depois de preposição, só entra “mim” quando ele for objeto, e não sujeito da ação. Parece complicado? Um truque simples é substituir a frase por outro verbo: ninguém fala “Para mim correr”, certo?
4. Confusão entre palavras parecidas: sessão, seção e cessão
Esse é o terror de quem escreve com pressa. As palavras homônimas, que têm som igual mas significados diferentes, causam confusão direto. Exemplos clássicos:
- Sessão: um período de tempo, como “sessão de cinema”.
- Seção: divisão ou departamento, tipo “seção de esportes”.
- Cessão: ato de ceder, como “cessão de direitos”.
O erro aqui pode mudar completamente o sentido da frase, então é sempre bom conferir.
5. Colocação pronominal: o “me empresta” que a norma culta não aceita
Esse é daqueles erros que a gente faz sem pensar, principalmente na fala do dia a dia. Frases como “Me empresta um lápis?”, apesar de super comuns, são consideradas inadequadas na norma culta. O correto seria “Empresta-me um lápis”. Pode parecer formal demais pra uma conversa, mas em textos acadêmicos, provas ou documentos oficiais, vale ficar de olho.
Por que a gente erra tanto?
Boa parte desses deslizes vem da influência da fala cotidiana, dos regionalismos e também da falta de contato com a gramática normativa. No mundo digital, com mensagens rápidas e abreviações, esses erros acabam ficando ainda mais frequentes.
Como fugir dessas ciladas?
Aqui vão algumas dicas simples e que funcionam:
- Leia mais: o contato com bons textos ajuda a gravar as estruturas corretas.
- Releia sempre: antes de enviar um e-mail ou postar nas redes, dê aquela conferida rápida.
- Tenha um dicionário online por perto: ele pode salvar você em momentos de dúvida.
- Escreva com frequência: a prática faz a diferença.
- Pergunte sem medo: se bateu a dúvida, pergunte a um professor ou pesquise fontes confiáveis.
Saber usar bem a língua portuguesa não é só uma questão de formalidade. É também uma forma de se comunicar melhor, com mais clareza e credibilidade, seja numa conversa, numa redação ou até numa entrevista de emprego.